terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Quem é você ?

Ainda te conheço. Mas você, aos poucos, vai sumindo das lembranças de alguns anos atrás. Vai sendo substituído, como as roupas que saem da moda, que ficam gastas ou que simplesmente poderão servir à outra pessoa, melhor do que a mim.
Aquele abraço do primeiro encontro, as palavras nervosa e inseguramente emitidas, a agitação, o coração apertado, confuso, alegre e tolo. Tudo isso, aos montes, vai desaparecendo do compartimento memorial. Tudo vai virando um simples episódio de mais um capítulo das páginas viradas.
O que eu deveria fazer, como devo reagir ao ver a discrepância em relação à sua reação e à minha ? Você reagiu do meu jeito tarde demais. E eu reagi do seu jeito na hora certa. Poupei-me de passar por todos aqueles momentos frustrantes e dolorosos novamente. E seria correspondida se, por acaso, eu fosse daquele jeito ainda ?
Não acho que a menina que antes inundava seus dias, para tirar-lhe das rotinas de uma vida mais madura, ainda exista. Não, pelo menos para você.
Ela ainda circunda quando percebe que pode. Não quando percebe que a querem. Querer não é poder.
Ainda me questiono sobre toda essa mudança. É claro, e inegável, que o ser humano é passível de mudanças (exteriores e interiores, em alguns casos), mas a personalidade e o modo de ser são as seções mais inflexíveis que há. O que teria lhe acontecido ? Por quê ? Quem ?
Quando causou-me o maior dos sofrimentos, havia outra pessoa para quem você dava essa reação que direciona a mim nesse momento. Juro que não soube o que pensar, mas agi quase 20 anos à minha frente. Tomei seu lugar e você, o meu. Isso era perfeitamente aceitável e admirável para a Comunidade Psicóloga ao qual eu visitava durante alguns dias pelas semanas.
Me senti realmente superior e por um momento te esqueci completamente. Fui egoísta e deixei de te conhecer, de saber quem você era.
Pouco a pouco, isso foi passando. Fui voltando ao (meu) normal, mas crescendo. Cresci e mudei. Mudei porque era maleável e estava em processo de formação. Não era alguém com conceitos e nem com uma cabeça respeitável.

Hoje, penso em você ? Sim. Mas ao pensar, tenho perguntas como frutos, me vejo em meio à elas e muitas não sei como responder. E isso seria óbvio, afinal, nenhum ser humano tem respostas à todas as perguntas.
Ainda, então, em meio a elas, vou apagando você como uma folha de rascunho, uma folha com erros à lápis. Apaga-se tudo, mesmo quando não faço esforço algum. Apaga-se tudo com as luzes apagadas. Tudo some.
Ainda te conheço ?

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Dicionário de 17 a 21/02/2009.

Ódio

do Lat. odius. m.,

aversão;
raiva;
rancor profundo;
antipatia;
repulsão;
horror.


Indiferença

do Lat. indifferentias. f.,

desprendimento;
insensibilidade;
frieza;
inconsciência mórbida;
apatia.

Ouve.

Queria dizer-lhe que te espero.
De todo o coração, te guardo
as horas, os céus, o esmero
Só preciso que saiba, por mais adiantado.

Queria dizer-lhe que te penso.
De todo coração, te lembro
pelos dias, estrelas, momentos
Só preciso que saiba, pelo menos.

Nada seria você sem que isso me faça sorrir.
Se eu puder te alcançar, prometo
Juro e não minto, o mundo será mais feliz.

Escrevo versos simples, que soam sem volutas.
Se eu puder dizer e você ouvir,
Sacramentado será, terei-te em tudo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Insistência

O que faço para tirar-lhe de mim ?
O que devo fazer para que isso acabe ?
Diga-me, antes que eu me ajoelhe, me humilhe
Antes que eu me doa mais e esqueça a saudade.

Tento, sem sucesso, abrir meus olhos
Não chego nem a compreender o porque,
As palavras demoram-se, e se não posso
Por que haveria de tanto querer ?

Ficaste aqui tempo demais,
Não há mais espaço,
É hora de partir, rapaz.

Fiquei muito tempo por ti,
Amando, não respirando,
Esperando, em vão, enfim.