quinta-feira, 26 de junho de 2008

Bob

Não me comprometo contigo,
por mais que eu tente,
não me meto nem comigo.
Você é um caso perdido,
por mais que eu tente,
sou como você e admito.
Tudo que gostaria de ter vivido,
por mais que eu tente,
vai continuar desconhecido.
Meu problema é ínfimo,
mas por mais que eu tente,
você sempre será o motivo.

domingo, 22 de junho de 2008

Super-Herói.

Mãe,

quero ser super-herói.
Vou voar pra longe,
ganhar lutas e batalhas,
vou correr pelas muralhas,
e achar quem se esconde.
Quero ser super-herói.
Vou ter visão de raio-x,
salvar você e mais eu,
vou curar o que doeu,
e ser tudo que sempre quis.
Quero ser super-herói.
Vou lutar contra todo o mal,
não vai ter gente triste, nem descontentes,
só gente sorrindo e mostrando os dentes,
vou usar minha capa e ser o tal.
Quero ser super-herói.
Vou ser forte e ter um chamado,
um telefone ou um sinal no céu,
vou, quem sabe, ganhar até um troféu,
mas o mais importante é que vou ser amado.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Escândalo ?

Pelo quê deve-se levar em conta o preconceito ? Por que ?
Deve-se designá-lo como egocentrismo, etnocentrismo, racismo, ou apenas algo baixo, de seres que, erroneamente, julgam-se superiores ?
Pré conceitos deveriam ser abolidos, afinal... de onde eles vêm ? Se são "pré", devem surgir de algum lugar insólito antes de tomarem forma nas palavras rudes, atitudes egoístas e em comportamentos vergonhosos.
Cada vida, em algum momento seu, toma o próprio caminho e adquire um dono, não necessita de diretrizes impostas por outros, ou seja, cada vida tem seu caminho a seguir, independentemente de pessoas à sua volta. Chegado certo ponto, ela se vê potencialmente ganha, fortemente desejada de vitórias e desprezando as perdas, seja isso a custo de outros, ou não. O preconceito entra aqui.
Não quero escrever algo que pareça um manifesto, até porque não luto pelos direitos da humanidade tanto quanto gostaria, mas ainda assim, escrevo porque é algo que ainda me abisma.
Em todo lugar há isso, a toda hora há um ato preconceituoso. Isso acaba se tornando normal e alvo até de piadas (vide a lei que proíbe termos como "preto", "negão" de se serem proferidos à pessoas negras). Nada mais pífio do que o deboche do brasileiro.

Nada me tira da cabeça que, aqueles dois Sargentos, recentemente declarados homossexuais e um casal, foram destituídos, no fundo, pelo simples fato de não seguirem os padrões de "homem + mulher = normal". Graças ao bom senso da mentalidade social (talvez) atual, não sou a única a me sentir com a pulga atrás da orelha e a achar isso.
A razão apresentada para que eles fossem altuados, foi a de deserção, o que pode levá-los a perderem suas patentes e serem enxotados do Exército.
Acho que a "mão amiga" tão frequentemente designadora das Forças Armadas Brasileiras, fez falta, e ao invés de apoio, deram um tapa. Um tapa que veio na boca de cada um dos dois por também terem denunciado corrupções num Hospital Militar de Brasília.

Lamentavelmente, esse é o preço pela coragem e o senso de justiça pela igualdade: o preconceito e o uso da superioridade hierárquica.

Nenhum ser humano é diferente biologicamente do outro. É composto pelos mesmos átomos e moléculas, respira o mesmo ar, vêem as mesmas coisas, mas pensam diferente.
E, ironicamente, isso é tão largamente usado na frase "mas pense, e se todo mundo fosse igual ? Não seria chato ?". Seria, mas tão mais chato que isso é o fato de pessoas serem diferentes e não poderem expor seus pontos de vista ou como levam a própria vida, já que são suficientemente adultos para darem suas próprias norteadas.
É triste e desenroso ver uma contradição tão clara numa sociedade dita democrática.
A democracia para mim, ainda não existe por aqui. O Brasil continua atrasado e age com uma mentalidade de 70 anos atrás. E olhe que conheço gente de 70 anos pra frente com idéias mais liberais e mais sensatas do que muitas pessoas de 30, 40 anos.
O Brasil é preconceituoso em (muitas) determinadas frentes, e parece se orgulhar em ser uma contradição. O Brasil se mostra triste.

sábado, 7 de junho de 2008

Tudo.

Deus, pra mim, não tem sexo. Não é nem feio, nem bonito. Não tem pai, nem mãe.
É a inteligência. É a percepção.
Eu poderia falar de tudo o que já pensei Dele e tudo o que tentei não pensar.
Deus, pra mim, não tem nexo. Não é nem a falta, e nem o excesso. Não tem mais, nem menos.
É inteiro. É completo.
Eu poderia dizer quantas vezes o indaguei sobre as razões de minhas dores e quantas vezes tentei nem falar.
Deus, pra mim, não tem porquê. Não é o abstrato, nem o concreto. Não tem razão e nem dever.
É a certeza. É a decisão.
Eu poderia contar o quanto quis tê-Lo para mim e o quanto O afastei sem questionar.
Deus, pra mim, não tem razão. Não é a lei, nem o advogado. Não tem mal, nem cajado.
É o Si em Si e por nós. É só Ele a sós.
Eu poderia exprimir o esforço em descrever como O vejo e o como não O conheço frente-a-frente.
Deus, pra mim, não tem divisão. Não é o fim, nem o início. Não tem meio e nem esteio.
É o sim. É o não.
Eu poderia explicar como Ele existe em mim e como as vezes me some frente às vistas.
Poderia dizer e ainda assim, não diria nada. Deus é cada parte e a parte em si.
Deus é o todo e seus detalhes. Poderia não ser e ainda assim, seria tudo.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Dia dos namorados

do Lat. tristitia

- s. f.,
qualidade ou estado de triste;
consternação;
dó;
aspecto que revela mágoa ou aflição;
melancolia;
angústia.

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do Lat. solu

- adj.,
solitário;
que está sem companhia;
ermo;
único;
- s. m.,
aquele que vive só.
- loc. adv.,
sem companhia;