sábado, 7 de junho de 2008

Tudo.

Deus, pra mim, não tem sexo. Não é nem feio, nem bonito. Não tem pai, nem mãe.
É a inteligência. É a percepção.
Eu poderia falar de tudo o que já pensei Dele e tudo o que tentei não pensar.
Deus, pra mim, não tem nexo. Não é nem a falta, e nem o excesso. Não tem mais, nem menos.
É inteiro. É completo.
Eu poderia dizer quantas vezes o indaguei sobre as razões de minhas dores e quantas vezes tentei nem falar.
Deus, pra mim, não tem porquê. Não é o abstrato, nem o concreto. Não tem razão e nem dever.
É a certeza. É a decisão.
Eu poderia contar o quanto quis tê-Lo para mim e o quanto O afastei sem questionar.
Deus, pra mim, não tem razão. Não é a lei, nem o advogado. Não tem mal, nem cajado.
É o Si em Si e por nós. É só Ele a sós.
Eu poderia exprimir o esforço em descrever como O vejo e o como não O conheço frente-a-frente.
Deus, pra mim, não tem divisão. Não é o fim, nem o início. Não tem meio e nem esteio.
É o sim. É o não.
Eu poderia explicar como Ele existe em mim e como as vezes me some frente às vistas.
Poderia dizer e ainda assim, não diria nada. Deus é cada parte e a parte em si.
Deus é o todo e seus detalhes. Poderia não ser e ainda assim, seria tudo.

2 comentários:

Léo Abrão disse...

"Poderia não ser e ainda assim, seria tudo". Perfeito :-) Parabéns, mais uma vez.

Anônimo disse...

Você conseguiu dizer coisas profundas em poucas palavras. Deus é infinitamente indecifrável aos nossos olhos moralmente pueris.

Gostei.

Bejus!