sexta-feira, 25 de abril de 2008

Tocando em Frente.

Como a gente as vezes se esquece de pessoas tão importantes na nossa formação, fora pai e mãe... é incrível e inacreditável.
Vocês eram aquele grupo inseparável na escola e até mesmo fora dela. Eram aquele grupo coeso e sincero, brincalhão e competente, faziam de tudo brincadeiras, piadas e ainda assim conseguiam ser sérios.
Provas com consulta, trabalhos, cinema, amores platônicos, brigas, intrigas e dias de frio. Tanta coisa era parte daquele cotidiano feliz, mas ninguém se dava conta do quanto aquilo moldaria cada um que fez parte do grupo, de como aquilo um dia faria falta. Agora, tanto tempo depois...onde foram parar ? Onde estão os ombros nos quais podíamos apoiar, as mãos com as quais podíamos contar e os segredos os quais podíamos compartilhar ?
Um está em Minas. Outro em São Paulo. Outro ficou em Mogi das Cruzes. Mas..eram só esses ?
Sim. Só os 3 restaram. Só os 3 quiseram recuperar o tempo perdido. Quanto tempo se passou mesmo ? Desde que o primeiro foi embora ? Nossa..mais de 5 anos.
E tudo foi passando sem que você pudesse compartilhar com eles a nova fase da vida, sua adolescência. Ela pareceu tão comprida...que surpresa ! Já está no seu fim...Assim como o grupo que adornava os dias feios e cinzentos daquela cidade que não era sua, né ?
Não, pensando melhor, o grupo está voltando. Só com os 3. E os 3 fazem a força. É só pensar em uma mesa...ela não se sustentaria com apenas duas pernas ou uma só, certo ? 3 é o último número na contagem deles. 3 é o primeiro e último número. Triângulo. De Pascal. Mineiro.
Hoje não é possível pegar o carro e chegar em no máximo 10 minutos à casa de algum desses amigos. Algumas horas os separam. Agora as reuniões se dão por email, MSN, pensamento. Frios métodos de reparar a saudade, mas os melhores que por enquanto a suprem.
Saudosismo, melancolia e sorrisos distantes agora se fazem no rosto de cada um deles. Não ao mesmo tempo, mas em momentos que remetem aos acontecimentos de outrora.
Aquele dia em que músicas, piadas e brincadeiras com o nome estranho ou a atitude do professor foram feitas; trazem o riso inocente de volta. Aquele dia em que vocês se desentenderam porque um queria ser um astro de rock e o outro, o Fernando Pessoa; trazem o arrependimento. Aquele dia em que todos choraram pela separação, mas que não deixaram na última foto transparecer nada mais a não ser a "panelinha", a "corja", o "trio parada dura"; trazem vocês.

Quanta saudade.

2 comentários:

Léo Abrão disse...

Ainda não lhe (re)conheci, mas fico feliz por você ter gostado do texto "Fecha os olhos" :-) Aproveitando a oportunidade, quero dizer que eu sempre quis escrever sobre o que você escreveu em "Tocando em frente". Essa é uma questão bastante sensível para muitas pessoas e que também me afetou em um determinado momento da minha vida. Legal você ter criado um texto, tocante, a partir disso. Parabéns, ficou muito bom :-) Apareça sempre, escreva sempre...Abraços.

Naná disse...

Fico muito feliz e agradecida por fazer parte desses 3 que vc cita no seu texto.... te amo minha irmãzinha... pq pra mim vc sempre será a pequenuxa.... mil beijos e conta comigo sempre.