sexta-feira, 23 de maio de 2008

(Não) Querer.

O que queres ?
Que te esqueça, faça de mim o que não fui
e que nem poderei ser, pois já não mais tenho o desenho de tuas palavras ?
O que queres de mim ?
De mim tão fraco e com sentimentos escassos,
de mim que agora pensa na vida sem existência.
O que queres ?
Que eu saque forças de lugares inóspitos,
e que nunca os farei meus, pois já não tenho as linhas tuas para seguir ?
O que queres de mim ?
De mim sem coração nem alma,
de mim que não pensa mais senão em ter-te e em completo ser-te.
O que queres, afinal ?
Diz-me ou açoita-me com teus olhos, agora.
O queres de mim ao final ?
Dá-me a perpetuidade ou dou-me ao fracasso.

3 comentários:

Léo Abrão disse...

Vou te falar uma coisa. Com sinceridade profunda, inclusive. De todas as coisas que já li de escritores novatos e à procura de um lugar ao sol, em nada consegui vislumbrar algo que chamasse a atenção ou se destacasse no universo das letras sentimentais. Talvez eu seja chato ou idiota demais, mas nada me chamou a atenção. Porém, com você é diferente. Muitos dos seus textos chamam a minha atenção, pois, neles, sinto aquilo que você mesma definiu de "instintivo". Percebo os sentimentos, as poesias - e isso é que dá força e status as suas letras. Eu digo "muitos dos seus textos" pois, como escritor, também sei que nos superamos em uns escritos mais do que em outros - e o importante, humano e gratificante, é ter pelo menos esses "uns" :-) Por isso sempre lhe digo: escreva, escreva e escreva. Você tem o dom, de verdade :-) Parabéns por esses dois últimos posts, excelentes.
p.s.: minto quando digo que nada me chamou a atenção anteriormente. Acho que essa escritora novata também tem o dom: http://www.cecilia-borges.blogspot.com

Textos & Pretextos disse...

Nathalia querida, primeiro que tudo, você escreve muito bem!

Agora, essa é uma pergunta e tanto. Devemos fazê-la a nós mesmos, mas sem esperar respostas claras. O que queremos de nós?

Depende de estarmos abertos a ir pelos caminhos que a resposta disser, de sermos verdadeiros conosco.

Depende também de sabermos que a individualidade é um pouco uma ilusão, vivemos numa sociedade.

Queremos amor. Queremos felicidade. Queremos desafios. Queremos construir, criar, descobrir.

Ai, queremos muitas coisas. Mas agora só quero te mandar um beijo.

Cecília Borges disse...

Ah, que legal ter chegado ao blog!
Voltarei aqui.
Bj